A pandemia do coronavírus em 2020 alterou a ordem e a relação de importância entre as principais tendências de consumo. A saúde assumiu relevância, porém, para a indústria de consumo e de embalagens, a questão da sustentabilidade se tornou vital. A preocupação com segurança também cresceu. Conveniência e praticidade ainda são muito observadas e, obviamente, os consumidores sempre serão atraídos pelo belo, pelo especial e pelo glamouroso graças às possibilidades oferecidas pelas embalagens.
Experimentamos a surpresa de viver uma pandemia que trouxe um turbilhão de sentimentos, como indignação, paralisia e falta de perspectiva. As tendências de consumo têm relação direta com o emocional coletivo. A principal dor foi o medo: medo de perder a saúde, a vida, amigos, família, dinheiro, status, cursos, sonhos, emprego, o lar, o meio ambiente etc.
Os consumidores, agora mascarados, estão mais preocupados com a saúde. Ao efetuar suas compras nos mercados, eles estão atentos à data de validade dos produtos, lacres, tabelas nutricionais, e até se o material da embalagem protege o produto e é fácil higienizá-lo para entrar na despensa de casa.
Obviamente que cada segmento, região, faixa etária, estrato social e posicionamento, tipo de uso/consumo do produto vai definir qual preocupação deve ser mais bem observada e atendida. Entender o que se passa no subconsciente do consumidor na hora da compra no ponto de venda físico ou no ambiente virtual é extremamente importante no momento de definir o conceito da embalagem e seus atributos para melhor atender o consumidor.
Oferecer produtos que atendam às necessidades éticas dos consumidores e ao mais alto grau possível de satisfação é um grande desafio para os fabricantes. Existe uma concorrência acirrada para conciliar sustentabilidade, lucratividade e exigências.
Fornecer respostas hoje sobre o futuro e atender a tendências como “alimentos saudáveis, seguros e sustentáveis” se estabelece como estratégia de marcas e produtos, fazendo da sustentabilidade uma nova dimensão na indústria de alimentos.
Em relação à embalagem, os donos de marcas estão comprometidos em considerar três pilares em seu desenvolvimento: reduzir o seu impacto ambiental, combater o desperdício de alimentos e garantir a segurança alimentar.
A crise gerada pelo coronavírus provocou uma pandemia de estresse. Milhões de pessoas confinadas em casa, empregos perdidos, incertezas sobre o futuro, medo de adoecer – tudo isso elevou os níveis de ansiedade.
Em meio às incertezas trazidas pelo novo coronavírus, o cuidado com a saúde mental e emocional surge como necessidade e reflete na busca por atendimento psicológico pela internet, que aumentou em todo o mundo.
Saúde e sustentabilidade estão relacionadas a propósitos e valores. Essas duas megatendências são mais presentes nos grupos mais jovens das classes C, B e A, de ambos os gêneros, e nas regiões mais ricas. O crescimento dos produtos veganos e vegetarianos como alternativa à carne vermelha ou de origem animal também se estende aos produtos de higiene pessoal. Leites de aveia, arroz, amêndoas, entre outros, já fazem parte de supermercados simples, bem como os produtos sem lactose.
Todos esses produtos têm ou deveriam ter embalagens que evidenciem a preocupação com a saúde por meio de cores, formatos, design e materiais, já que o produto pede um conjunto com conceito.
A demanda por segurança está promovendo o desenvolvimento de embalagens: com lacres que garantem a inviolabilidade; que não podem ser abertas por crianças; que não têm risco de contaminação; que contêm informações sobre data de validade; que permitem rastreabilidade ou conexão com a internet para mais informações.
Com a disparada das embalagens para delivery e take away, a questão de segurança em relação à inviolabilidade tem sido uma preocupação de donos de marca e consumidores. As embalagens secundárias, como sacolas ou sacos, devem usar como solução selos-lacres autoadesivos que evidenciam tentativa de violação ou abertura, caso houver. Deve ser evitada a toda maneira a solução de fechamento através de grampos metálicos. Esses grampos podem “voar” para o alimento.
Acompanhando de perto mundo afora as embalagens de vários segmentos, é inegável a importância de sofisticar, diversificar e adequá-las para cada público. O belo desequilibra a seu favor, afinal, como dizia o poeta Vinicius de Morais: “Beleza é fundamental”.