TALVEZ FOSSE MELHOR DIZER EMBALAGEM: SÓ PARA EXPORTAÇÃO, AFINAL, COM 58 ANOS DE SOCIALISMO-DITADURA, EMBALAR PARA QUÊ? NADA SE COMERCIALIZA NEM PRECISA DE PROTEÇÃO
Em janeiro estivemos em Cuba, fora dos resorts e hotéis internacionais onde se pode acessar a internet e produtos de qualquer lugar. É praticamente impossível ter contato com cubanos fora do circuito turístico. Mesmo em visitas a fábricas de charutos ou de rum, tomam o cuidado de isolar os turistas.
Produtos para exportação como os runs, em especial o lendário Havana Club, mantêm o padrão de fabricação. Até garrafa especial eles têm. Os rótulos vêm em design equilibrado ainda que no padrão dos anos 1960. Oferecem os produtos em diferentes versões, conforme o tempo de envelhecimento e em várias apresentações.
Da mesma forma são as fábricas de charutos de primeira linha. Oferecem visitas guiadas à área de produção e tentam vender diretamente aos turistas. Há ainda a opção das lojas especializadas próximas aos hotéis ou nos free shopping, lojas de aeroporto que têm isenção de impostos.
Os famosos “puros”, como são chamados os charutos de primeira por lá, a exemplo de Montecristo®, Cohiba®, Partagás®, Guantanamera®, Romeu y Julieta®, entre outros, têm embalagens que tentam coibir falsificações, o que, segundo especialistas, é muito difícil. Tentam entregar alguma sofisticação selando-os um a um com rótulo-gargantilha, com a identificação depois e seguem em caixas de madeira elegantes, cartuchos ou ainda em tubos de alumínio.
Para o povo cubano sobra pouco desses produtos considerados nobres, e nem mesmo os itens essenciais são facilmente encontrados, o que dirá comprados. De fato, pudemos conferir que o modelo social implantado deixa muitos à margem. Para se comprar o que existe à venda (produtos básicos e simples, como açúcar, arroz, pão, ovos, sabonete etc.), sempre há filas enormes e nenhuma garantia de ao final conseguir adquirir o item desejado. Em muitos mercados, faltam produtos, e na maioria, há limites para compra.
Vi uma senhora tendo que chamar o marido para poderem comprar um frango!
A embalagem dos produtos deve ser trazida de casa, ou seja, levam-se potes ou sacos para acondicionar o arroz, por exemplo. O pão é colocado nas sacolas diretamente, e assim por diante. Frutas, legumes e verduras, por falta de acondicionamento e transporte adequado, chegam às cidades em péssimas condições.
Nas farmácias, os remédios vêm em embalagens antigas e, em geral, são manipulados, a maior parte, fitoterápicos. Produtos de higiene como sabonetes, shampoos, absorventes, fraldas e creme dental são raros de encontrar. A carência é enorme. Nos próximos artigos vamos apresentar algumas embalagens de lá. Até mais!
Embalagem melhor. Mundo melhor!