Assunta Napolitano Camilo
Muitas companhias que querem se consolidar como Empresas B Sistema B aliando governança e sustentabilidade estão se certificando como Carbono Neutro e até mesmo como Carbono Positivo, pela correta tratativa na neutralização de suas emissões e ações voltadas para a não geração de resíduos. São grandes passos na direção correta para melhorar a relação da embalagem com a sustentabilidade.
Esses projetos mostram que está ocorrendo uma mudança de comportamento e o entendimento de que o problema de distribuição de alimentos e dos resíduos é de todos nós; vivemos no mesmo planeta, compartilhamos o mesmo ar, oceanos e irmãos. E as embalagens podem transformar essa situação e ir além: melhorar a condição de muitos seres humanos desfavorecidos, seja dando-lhes oportunidade de trabalho digno com a economia circular, seja pelos projetos de compartilhamento de alimentos e outros bens.
Unilever aposta no posicionamento da marca Mãe Terra Produtos Naturais e Orgânicos, uma empresa B, e tem investido em embalagens compatíveis com o discurso: monomateriais e de papel. Ambos reduzem o impacto ambiental sem comprometer a proteção do produto.
Mars, Mondelēz International, Nestlé, PepsiCo e Unilever anunciaram o compromisso de aumentar os investimentos com o objetivo de acelerar a transição para uma economia circular das embalagens flexíveis em toda a Europa, segundo reportagem da revista Packaging Europe divulgada em março de 2022.
As cinco empresas apoiam uma economia circular para embalagens flexíveis desenvolvidas com base nos princípios de eficiência de recursos, prevenção de resíduos e poluição e redução do impacto ambiental. Individualmente, essas indústrias de produtos de consumo estão revisando os designs das embalagens para reduzir os materiais, melhorar a reciclabilidade e aumentar o uso de conteúdo reciclado e renovável.
Os participantes desta nova iniciativa se comprometeram a trabalhar com parceiros e órgãos governamentais em uma tentativa de melhorar a infraestrutura, indo além dos esforços de design de embalagens individuais, fornecendo propostas concretas para uma coleta eficaz e melhorar a classificação e a reciclagem inovadora de embalagens flexíveis em toda a Europa.
O objetivo é que as embalagens flexíveis sigam o caminho circular das garrafas plásticas –
que têm altas taxas de reciclagem e o uso de até 100% de conteúdo reciclado. Mas precisam das condições certas para chegar lá: coleta generalizada, altas metas de reciclagem, proibição de aterros sanitários e incineração mínima. Isso, combinado com investimentos para melhorar a triagem e reciclagem na Europa, deve trazer uma economia circular e um passo mais próximo de um mundo onde as embalagens nunca se tornem resíduos.
Além disso, as empresas participantes da iniciativa recorrerem à Comissão Europeia e aos governos nacionais para uma simplificação e harmonização em toda Europa das instruções de descarte da embalagem aos consumidores para apoiar o recolhimento de embalagens flexíveis e a transição para uma economia circular por meio de pequenas ações e melhorar a triagem. Para que os esquemas de Responsabilidade Estendida do Produtor (EPR) atinjam metas de reciclagem mais altas, as empresas dizem que é crucial impulsionar ativamente a reciclagem de embalagens flexíveis. Na opinião deles, os esquemas EPR precisam estimular melhorias estruturais na coleta, classificação, reciclagem e desenvolvimento de mercados finais para material reciclado, trabalhando com parceiros em toda a cadeia de valor e governos (locais).
Na opinião desses grandes donos de marcas, os esquemas EPR e as empresas em toda a cadeia de valor, como o setor de gestão de resíduos, devem aumentar os investimentos em triagem para permitir a reciclagem de embalagens flexíveis. Eles dizem que, por meio de uma classificação aprimorada, uma matéria-prima mais limpa e valiosa pode ser fornecida aos recicladores, o que permitirá que mais embalagens flexíveis figurem entre os reciclados de alto valor.
Para incentivar o material reciclado da mais alta qualidade, até o grau alimentício, e atingir a circularidade total, as empresas dizem que é crucial investir no que descrevem como “tecnologias avançadas de reciclagem”. Eles esperam que a inovação neste campo ofereça benefícios ambientais, evite o downcycling e forneça um sólido case de negócios para um futuro sustentável.
Ao mesmo tempo, as empresas acreditam que os produtores de embalagens e outros donos de marcas devem ser incentivados a usar materiais reciclados e renováveis por meio de uma combinação de iniciativas regulatórias e voluntárias. Eles dizem que “a reciclagem avançada é reconhecida como uma solução para melhorar a circularidade total das embalagens flexíveis” e, à luz disso, defendem “regulamentos europeus mais favoráveis que forneçam rapidamente maior clareza jurídica e certeza de investimento”.
Por fim, as empresas participantes se comprometeram a aumentar os investimentos no design de embalagens circulares, em novas tecnologias de triagem e reciclagem, pois são necessárias várias abordagens para garantir que mais embalagens flexíveis sejam processadas por meio de infraestrutura aprimorada.
A NVC Netherlands Packaging Centre , da Holanda, é uma associação que reúne mais de 500 empresas associadas em todo o mundo, incluindo a indústria de envase de embalagens (FMCG), fabricantes de embalagens, varejistas, fabricantes de máquinas de embalagem, atacadistas, produtores e recicladores de materiais, agências de design de embalagens e institutos de pesquisa. Em setembro de 2022, a instituição lançou o projeto PUMA, um programa de informação e educação que estimula as empresas a melhorar continuamente a embalagem em todo o mundo.
A proposta do PUMA é mudar a imagem de que a embalagem é um problema ambiental, considerando que a embalagem só será aceita pela sociedade se as preocupações ambientais forem devidamente atendidas.
O modelo PUMA descreve os princípios básicos de embalagem e sua relação com os recursos envolvidos. Um roteiro conceitual é apresentado para ser aplicado por cada ator individual e pela comunidade de embalagens como um todo, de forma auto-organizada. Os elementos-chave são o compartilhamento aberto de informações confiáveis, o desenvolvimento contínuo de conhecimento e a inovação holística. O projeto considera que problemas ambientais globais causados pelas pessoas também podem ser – e serão – resolvidos por nós.
Há muitas iniciativas em relação à sustentabilidade para além da questão ambiental e econômica, abrangendo também a questão social, como o FAIR TRADE que preconiza o comércio justo.
A Rapunzel Naturkost , da Alemanha, apoia o projeto Hand in Hand India que possibilita que os filhos dos agricultores envolvidos na produção estudem. A embalagem de papel e filme tem 80% de matéria-prima de fonte renovável
No sertão nordestino brasileiro, nasceu em 1983, a Instituição Amigos do Bem, com o propósito de desenvolver a região tão carente e reverter toda a renda para projetos sociais, trabalho e renda para as pessoas da região