SIMPLICIDADE DAS EMBALAGENS REFLETE AS DIFICULDADES ECONÔMICAS DO PAÍS
A Sérvia fica no centro da antiga Iugoslávia; é o país dos Balcãs mais industrializado, porém, ainda em dificuldade para superar a crise econômica pós “libertação” e a complicada situação política. A distribuição de renda é um desafio.
Até mesmo a capital Belgrado reflete a dura retomada econômica. Há um certo “isolamento” imposto pela Europa Ocidental. Ainda assim, o país recebeu inúmeros refugiados sírios numa demonstração de solidariedade, o que piorou ainda mais as relações entre todos.
A maior rede de supermercados do país é a Delhaize (Serbia ou Maxi). Há outros varejistas estrangeiros como SPAR e LIDL e muitas pequenas; a maioria, de lojas egressas da “antiga” Sérvia socialista. A configuração dos grandes mercados segue o modelo europeu, porém os produtos têm embalagens adequadas à vida, gosto e “bolso” dos sérvios.
Os sérvios industrializam muitos alimentos que produzem na grande área rural do país, assim encontramos embalagens simples de alimentos em conserva, com pouco processamento, normalmente, em latas de aço e potes de vidro.
Grande parte dos produtos de consumo de massa é embalada em embalagens flexíveis pouco complexas e em porções pequenas, para que caibam no bolso da maioria. Até as marcas conhecidas mundialmente são embaladas em simples sachês de quatro soldas, como a maionese Thomy, com porção de apenas 15g. A marca sérvia Premia tem um grande guarda-chuva de produtos, como catchup, vendido num pouch de quatro soldas de 100g.
Os sérvios gostam muito de café, tipo turco. A marca Grand comercializa o produto em pillow pack de apenas 8 g (quase um stick pack). O Doncafé, um café premium para momentos especiais, vem numa embalagem de cinco soldas, bem impressa em tons de marrom e dourado, destacando o “tipo” Minas e o 100% café. O texto sugere que os grãos são brasileiros.
Os biscoitos, na sua maioria, são vendidos em embalagens flow pack, como aqui, exceto os “especiais”, como os cookies integrais cobertos com chocolate belga, que são apresentados num cartucho, com acabamento gráfico primoroso, e protegidos por outra embalagem de BOPP com fitilho para facilitar a abertura.
Uma embalagem usada para quase todos os temperos me chamou a atenção: um frasco de polipropileno, com lacre e duas possibilidades de dispensamento: um lado com um furo maior do que o outro para temperar ao gosto do “chef”. Ela merece destaque, pois é uma embalagem utilizada por várias marcas e indústrias diferentes, num exemplo de cooperação interessante, já que desta forma, ela se torna mais competitiva para todos.
Embalagem melhor. Mundo melhor.