A CAPITAL MAIS SINGULAR DO PAÍS SEGUE MISTERIOSA PARA A MAIORIA DOS BRASILEIROS E UM DESTINO DESEJADO PARA PESSOAS DO MUNDO INTEIRO. DIFERENTE E ÚNICA EM MUITOS ASPECTOS E IGUAL EM TANTOS OUTROS
Aproveitamos a realização do programa Packaging on the Road em Manaus (AM) para visitar os parques, florestas e rios desta importante cidade. Sempre quente e úmida, a cidade é muito simpática. Lamentavelmente, o patrimônio histórico construído durante o rico ciclo da borracha está descuidado. Prédios antigos foram destruídos, como o Hospital Beneficência, que está abandonado no centro da cidade, próximo a outro prédio histórico, o Teatro de Manaus.
A cidade, praticamente dentro da floresta amazônica, é uma das menos arborizadas do Brasil, além disso, muito suja. Faltam caçambas ou cestas para o descarte dos resíduos ou lixo urbano, o que piora a questão, aspecto, cheiro e presença de animais que vivem deste material e, consequentemente, doenças se multiplicam.
Visitamos o famoso Parque Municipal do Mindu que foi inaugurado com a presença de um delegado da ONU. O Parque Municipal do Mindu nasceu de um movimento dos moradores do entorno para proteger o fragmento (de matas primária e secundária) contra a ação de invasores em 1989 e o habitat do Sauim-de-Manaus, primata que hoje é o mascote da cidade.
É um pequeno pedaço da floresta amazônica, com muitas espécies de árvores e plantas, lago com flores da importante e imponente planta, Vitória Régia. Pude ouvir alguns pássaros, porém não vi nenhum animal. Seguindo as trilhas chegamos às nascentes dos rios, os famosos Igarapés (caminho de águas). A visão é “dantesca”: ao menos havia ali quatro toneladas de lixo, desde televisores, pedaços de madeiras, pneus e, claro, muitas embalagens. Cerca de um metro cúbico de garrafas PET estava separado num big bag, porém muitas ainda estavam jogadas por toda a parte. Encontramos também embalagens flexíveis, tubos de aerossol, latas de alumínio, sacolas de supermercados, pedaços de garrafas de vidro, que podem ferir alguém, pedaços de calços de EPS (“isopor”), restos de cartuchos de papel-cartão e de papelão.
Por incrível coincidência: nenhum canudo, de qualquer material…. será que todos boiaram até o oceano? A mesma cena pode ser vista na Fundação MUSA e às margens dos rios Negro, Solimões e Amazonas. Um triste registro do descaso de todos nós em relação à tão delicada situação.
Será que os manauaras são diferentes dos demais brasileiros? Na verdade, lamentavelmente somos muitos parecidos e cuidamos muito mal dos nossos patrimônios históricos, de uma das maiores reservas florestais do mundo e dos nossos resíduos. Podemos mudar isso, começando agora, educando as pessoas próximas de cada um. Esclarecendo a todos que vivemos no mesmo planeta e que precisamos com máxima urgência cuidar dos nossos resíduos. Todos: governo, sociedade, distribuidores, fabricantes de embalagens e usuários precisam fazer a sua parte.
Temos que usar as embalagens como veículo de educação, orientando a sociedade sobre a importância de descartar de forma adequada seus resíduos para facilitar a reciclagem. Embalagem melhor e educativa promove um mundo melhor para todos!