“As novas embalagens de alimentos e bebidas americanas confirmam tendências e exibem melhora na qualidade de impressão.”
Temos observado a confirmação das tendências de consumo anunciadas desde 2000 pelo laboratório de tendências The Faith Pop Corn, do qual, orgulhosamente, participamos.
Conveniência, estilo, saúde, segurança e sustentabilidade são pilares importantes do nosso atual estilo de vida. Fazem parte das nossas principais preocupações, não importando se estamos nos Estados Unidos, na China ou no Brasil.
Obviamente a recente crise atingiu as grandes compras como casas, carros e eletrodomésticos ou bens duráveis, porém muitos perderam empregos. Assim as compras de bens de consumo também foram afetadas. Daí a necessidade de adequação rápida das embalagens para atender os consumidores dentro deste novo cenário. A demanda por estilo impôs o cuidado na impressão das embalagens, a melhoria geral também ocorreu em função da necessidade de aumentos de versões, assim muito mais set ups, cada vez mais rápido e sem perder a produtividade nem a qualidade.
Quem conheceu a qualidade de impressão geral (consequentemente a flexográfica, já que predomina nos Estados Unidos) de quinze anos atrás se surpreende com o que encontramos hoje. As embalagens de salgadinhos, pipoca, entre outras, nós apenas identificávamos o produto pelo traço, o nome ou marca, a imagem era um grande borrão, máximas e mínimas eram apenas detalhes.
Diante da valorização do estilo, da necessidade de conferir “appetite appeal”, de dar sabor aos produtos, de distinguir versões parecidas, de destacar detalhes com dégradés e nuances, brilhos, tranlucidez, enfim se renderam aos recursos gráficos que só uma boa impressão confere.
O consumo exagerado ou enorme das famílias ainda persiste, como pode ser notado pela presença de grandes embalagens de 2 litros para cima, sejam para águas, sucos, chás, leite ou refrigerantes. E nem sempre são doses para famílias. Mas esta regra já esta mudando, a necessidade de conveniência e saúde cresce e podemos então contar com embalagens menores para consumo imediato e justo.
A questão da sustentabilidade também aflora, em quase todas as embalagens. De qualquer material há a identificação clara dos símbolos para facilitar a reciclagem e no caso das garrafas PET, estas muitas vezes são retornáveis e possuem um reembolso na sua devolução, valor que aparece destacado quando existe. No caso de várias categorias, os ícones de saudabilidade são destacados: menos calorias, zero calorias, menos sódio, mais vitaminas e assim por diante.
A garrafa de água da marca Smart Water® ousou com um novo conceito de rótulo auto adesivo, em apenas um rótulo com impressão em serigrafia duas cores, ainda assim, usou o verso para brincar. Nele há um peixinho dourado nadando.
De forma geral as águas estão com tampas esportivas, na maioria com tampas cobertas, por segurança e higiene e rótulo tipo roll label em BOPP transparente dando a aparência de um rótulo auto adesivo no label look, apostando assim na leveza conferida pela transparência e cores leves e quase transparentes com o exemplo da água Pure American®.
Na categoria de leites, os preferidos da população são os pasteurizados, mais do que os “longa vida” (UHT). Os pasteurizados na maioria vêm em garrafões simples de PEAD, mas há também opções em cartonados e garrafas menores. Para os “longa vida” há garrafas e pouches multicamadas e as embalagens cartonadas assépticas. Gostei muito da opção de pequenas “caixinhas” de 236 ml que servem adequadamente um copo. Abertura funcional, perfeita!
O Gatorade®, referência quando se fala em isotônicos, tem agora uma tampa bastante diferenciada, duas peças, duas cores, tipo twist e com maior área de contato com os lábios, contato que proporciona maior conforto. O rótulo agora é um termo encolhível, tipo half (metade) também apostando na transparência das cores. A garrafa tem novo shape (formato) mais alto e textura grip, para não escorregar. Outros isotônicos que merecem destaque: o G2®, também da Gatorade®, mantém o antigo frasco com cores transparentes, porém mais fortes.
A marca Sobe® aposta nas águas vitaminadas, Lifesmartwater ®, em vários sabores, cada uma para atender uma função; fazem parte da categoria que mais cresce: as bebidas funcionais. A marca Snapple® aposta, para toda a sua linha de água, sucos, isotônicos em embalagens de vidro com relevo, que transmite mais sofisticação numa marca já renomada. A marca Fuze® num contraponto vem em garrafas PET de maior peso para transmitir valor e um rótulo termo encolhível inteiro com imagens de frutas e cores, além de um visor que aponta também para as vitaminas contidas no produto.
Os sucos, opção mais saudável e natural, crescem em espaço de gôndola e em volumes e marcas novas. A Tropicana®, um dos ícones do setor, dá ao consumidor a opção de embalagens assépticas e as pasteurizadas que se identificam mais com as propostas de saudabilidade e produtos mais naturais. As embalagens para a bebida pasteurizada, esta em garrafas PET com rótulo termo encolhivel inteiro, até para ampliar a proteção a luz, o gargalo de boca larga garante maior conforto ao beber direto na garrafa.
A Minute Maid®, outra referência, lançou uma linha com novos sabores com mais vitaminas e antioxidantes com uma nova garrafa com shape (forma) novo que transmite a idéia de que se está torcendo a fruta, ou seja, de que se acabou de espremê-la.
Outra categoria que cresce são as bebidas lácteas, sobretudo as com adição de chocolate, pasteurizado ou em embalagens cartonadas assépticas, há cada vez mais marcas, a Nestlé® e seus produtos seguem como referência, o Nesquik®, por exemplo
, com garrafinhas PET com 236 ml para atender os pequenos. A marca Chug tem várias versões de Milk shakes, mas a mais interessante é o Shake da MolliCoolz, que traz o frasco/copo apenas com o pó, para que o leite seja adicionado, agite e faça seu próprio shake, detalhe: tem uma janela no frasco para mostrar a marca de leite para um shake mais cremoso.
As refeições pré-preparadas e as embalagens de alimentos, em geral, confirmam a necessidade de refeições cada vez mais fast! Aliadas à questão de praticidade e conveniência, as embalagens de alimentos devem também ser convidativas, seguras, garantir saudabilidade e, se possível, atender a sustentabilidade. É o que observamos em termos de demanda do consumidor americano.
No supermercado americano, as gôndolas de pratos prontos são imensas. São pizzas, massas, sopas, lanches, carnes e até pratos mais elaborados. Todos os produtos para serem levados ao micro-ondas ou ao forno, ou simplesmente, para serem abertos e consumidos.
As linhas de pratos prontos Souffers® e Lean Cuisine ® destacam, além do lindo prato, as características nutricionais do produto, como a, de quantidade de calorias Omega 3 e de fibras. E o splash destaca o atributo “No preservatives”, alertando para o apelo natural do produto sem conservantes.
Outra observação interessante. Quase todos os produtos americanos já apresentam nas embalagens, textos bilíngües (em inglês e espanhol), mostrando a importância dos latinos na economia americana, atualmente já são quase 50 milhões.
A Campbell® entrega aos consumidores uma enorme diversidade de sabores, além de várias apresentações de embalagens. Desde as tradicionais latas de aço, passando pelas latinhas de alumínio de suco, até as recentes embalagens de polietileno de alta densidade (PEAD) da marca “Soup at hands” feitas para não queimar a mão e com shape para melhorar a “pega”.
A Chef Bovardee® usa a mesma tecnologia, com porções de raviólis de apenas 213 gramas. São “mini mordidas” que atendem a última tendência de consumo: finger foods. O “modo de usar” é detalhado passo a passo, com ícones bem claros, e em duas línguas, assim como toda a tabela nutricional. Já que cada vez mais os americanos se preocupam com bem-estar e beleza!
Além da comunidade latina, a comunidade oriental também é enorme nos Estados Unidos. Para atendê-los, a Discovery Foods® aposta numa embalagem em papel cartão bastante simples, muito parecida com as nossas embalagens de comida chinesa, porém com imagens atraentes impressas em alta qualidade. Com superior qualidade de impressão.
Até o frango assado no próprio supermercado ganhou uma embalagem do tipo “porta-frango” que permite o transporte e a visualização do alimento. A deliciosa opção de tempero para pipoca apresentada em frasco decorado com rótulo sleeve. A mesma opção foi usada pelo cereal Cherrios® embalado em copo decorado com rótulo sleeve.
Os snacks também estão alinhados à proposta de mais praticidade, como as embalagens de queijo fatiado, que lembram um porta-queijo. A Buldig® tem uma embalagem simples, mas de forte apelo visual, usando toda frente para explorar a imagem, obviamente muito bem impressa.. A Crystal farms® também, com janelas, vende pacotes de doze sticks (palitos) de queijo embalados um a um para degustação a qualquer hora. As maçãs fatiadas seguem o mesmo conceito.
As embalagens flexíveis dos salgadinhos incorporam efeito matte (fosco), comunicando que são assados e, portanto, mais saudáveis. Há opções de snacks e chocalates embalados em cartonadas assépticas e copos de papel portáteis!
A pipoca já é vendida estourada, doce e salgada, mas a clássica Orville® vem numa tigela de papel com suspector® interno, ou seja, pronta para ir ao microondas e de lá para o colo. A Kentucky®, tradicional cadeia de fast food americana, também utiliza a mesma tigela de papel para servir os suculentos pedaços de frango frito.
Para reforçar seu apelo verdadeiro e natural, a True- North® aposta num stand up pouch, com a camada externa de papel impresso em cor âmbar, lembrando o kraft. Muito elegante.
Na mesma linha de sofisticação, estão os pratos prontos dos gatos. Os felinos têm aperitivos embalados em bandejas transparentes; longa vida com luvas bem impressas; bem como latinhas de alumínio douradas com easy open e biscoitos especiais em stand up pouch metalizado. Tudo pela diferenciação.
Além dessas observações particulares, nota-se de forma geral, a forte presença de embalagens familiares ou em grandes porções; embalagens cada vez mais bem impressas, com formatos e transparência, alusão aos produtos saudáveis, e muita praticidade para abrir, segurar, enfim, facilitar a vida dos consumidores.
Esperamos que as empresas brasileiras de consumo e de embalagens focalizem o atendimento da demanda dos consumidores, pois se continuarem a esperar a demanda e/ou a escala aumentar, elas correm o risco de perder o momento. E ao Brasil vai restar a síndrome “o que é de “fora” é melhor”. Um pecado. Nós temos condições tecnológicas e de design para produzir embalagens tão boas e bem impressas como as americanas.